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Interciencia

versión impresa ISSN 0378-1844

INCI v.30 n.3 Caracas mar. 2005

 

ANO INTERNACIONAL DA FÍSICA 2005

O ano 2005 foi declarado o "Ano Internacional da Física" pela Assembléia Geral das Nações Unidas em celebração do centenário do ano maravilhoso de Albert Einstein, quando publicara uma série de artigos seminais aos três pilares da física do século XX: a teoria quântica, a relatividade e a física estatística. Baseado em conquistas emblemáticas, a era passada se pode considerar o século dourado da física, e a Einstein seu grande protagonista.

A ciência tem demonstrado que a natureza em seus níveis mais básicos é altamente simétrica, mas Einstein foi algo ousado ao afirmar que não é que a arquitetura natural seja simétrica senão que a simetria determina seu desenho. A partir da simetria da relatividade emergem, como conseqüências diretas, a equivalência entre massa e energia, aceleração e gravidade e o estreito encaixe do tempo com o espaço. Os resultados têm sido, com a contribuição de muitos outros, a estandardização do modelo da estrutura da matéria e de uma cosmologia moderna onde o Universo teve um começo e evolui expansivamente. Por outra parte, Einstein também semeou a cultura da visão unificada do todo, e dedicou a segunda metade de sua vida a seu árduo cultivo. A vendimia dessa vez não chegou e, mais que isso, ainda não chegou, mas definitivamente o desafio domina o desenvolvimento da física contemporânea. Seguimos as pautas da teoria quântica relativista de Paul Dirac a finais dos anos 20 onde emergiram formalmente conceitos chaves como a antimatéria e o espín das partículas fundamentais; da unificação das interações eletromagnética e nuclear débil por Weinberg, Glashow e Salam nos anos 60; do descobrimento nos 70 do efeito das ondas gravitacionais em um pulsar binário por Hulse e Taylor e da radiação de Hawking nos buracos negros; e do interesse tanto quântico como cosmológico pela matéria e energia escuras.

A física é o coração da ciência, a incubadora por excelência das novas idéias e a plataforma da maioria das tecnologias modernas. A política mundial da segunda metade do século XX foi determinada pela Guerra Fria, em outras palavras por E=mc2. A construção de uma economia sustentável baseada no conhecimento vai depender dos andaimes acadêmicos das ciências básicas, com uma dinâmica em I+D impulsionada por iniciativas multidisciplinares onde a formação de um físico tem um potencial enorme. No entanto, dentro de nossa cultura moderna é generalizada a percepção de que a física é uma disciplina remota, afastada da problemática atual e cuja relevância na investigação científica se pode, até em muitos casos, obviar. A constante exclusão das ciências físicas das áreas prioritárias governamentais, o escasso financiamento de projetos e investimento em infra-estrutura e instalações adequadas para responder aos problemas do momento, a baixa participação das mulheres e o inclemente decréscimo do número de professores de física, de estudantes de pré-grado e pós-grado e de investigadores, ilustram esta situação tanto nos países industrializados como naqueles em vias de desenvolvimento.

O Ano Internacional da Física 2005 aproveita a globalidade do ícone einsteiniano para chamar a atenção a estes sérios problemas. Queremos promover o entendimento público das ciências físicas, sua herança cultural, a física para o desenvolvimento e sua vitalidade em uma educação onde se destaquem a motivação e curiosidade a temprana idade. Os eventos programados vão desde ações de rua até congressos internacionais. A reunião inaugural se realizou com muito êxito durante os dias 13-15 de janeiro em Paris sob o auspício da UNESCO e contou com 1200 participantes, mais da metade deles estudantes. Em todos os países da região, se programa a realização, ao longo do ano, de atividades de tipo divulgativo e educativo da física orientadas à juventude e reuniões nacionais das sociedades de físicos. As atividades contarão com a ativa participação das respectivas sociedades para o progresso da ciência, assim como a apresentação de exposições de arte, obras de teatro e publicação de obras relacionadas à física do século XXI.

Claudio Mendoza

Centro de Física

Instituto Venezuelano de Investigações Científicas