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Interciencia

versión impresa ISSN 0378-1844

INCI v.30 n.8 Caracas ago. 2005

 

Diversitas e o desafio da conservação da biodiversidade latino-Americana

    É bem conhecido que dos 17 países mega-diversos do mundo, seis estão localizados no neotrópico. Individualmente, Brasil, Colômbia, Equador, México, Peru e Venezuela têm mais espécies de vertebrados, invertebrados e plantas que a maioria das nações do planeta. Assim mesmo, nove das 10 ecorregiões mais ricas em espécies de plantas do mundo se encontram na América do Sul e América Central. No entanto, muitas das espécies da região estão sendo afetadas negativamente por atividades humanas, particularmente pela conversão de ecossistemas: 20% de mamíferos, 12% de aves y 41% de anfíbios endêmicos do neotrópico têm sido classificados como ameaçados de extinção, e sete das 25 regiões mais ricas em endemismos e ao mesmo tempo mais ameaçadas do planeta estão na América Latina.

    Assim como aconteceu na Europa e na América do Norte séculos atrás, na medida em que a sociedade dos países latino-americanos se esforça na procura de um nível de vida semelhante ao dos países desenvolvidos, se exerce maior pressão sobre os recursos naturais da região. Diante desta situação de concentração privilegiada de biodiversidade e ameaças formidáveis sobre a mesma, um problema central é que ainda sabemos muito pouco sobre a distribuição, abundância e ecologia das espécies com as que coexistimos em nossa região. Por exemplo, novas espécies são descobertas regularmente inclusive entre os organismos melhor estudados (eg. aves e mamíferos).

     Entretanto, a comunidade científica do mundo começa a se organizar para responder às demandas de informação que a sociedade requer para orientar a toma de decisões sobre o aproveitamento sustentável dos bens e serviços providos pelos ecossistemas. Por exemplo, em 30 de março de 2005 foram conhecidos os resultados da Avaliação de Ecossistemas do Milênio, um esforço conjunto de 1.300 científicos de 95 países, que durante 5 anos trabalharam arduamente com o propósito de sintetizar o estado atual do conhecimento sobre os benefícios que os humanos obtêm dos ecossistemas, e as opções que poderiam ser adotadas nível local, nacional o global para melhorar o manejo destes últimos e contribuir com a diminuição da pobreza. Assim mesmo, começa a se quantificar um conjunto de indicadores estabelecidos pelos países signatários do Convênio sobre a Diversidade Biológica para dar acompanhamento às metas propostas para 2010.

    Nesta mesma tônica de melhorar a comunicação e atualização da informação sobre estes temas, DIVERSITAS, o Programa Internacional de Ciências da Biodiversidade, levará a efeito sua Primeira Conferência Internacional em Oaxaca, México (De 9 a12 de novembro de 2005). Com o lema "Integração da ciência da biodiversidade para o bem-estar humano", a Conferência oferecerá uma oportunidade para explorar avanços recentes e abordar temas de atualidade relativos à ciência da biodiversidade. Combinando seções plenárias com simpósios e apresentações de representantes da comunidade científica do mundo, serão considerados temas tão relevantes como a coleção e manejo de dados para a conservação, o impacto das atividades humanas sobre os recursos naturais, as novas técnicas e desafios da taxonomia, os regimes de propriedade comum da biodiversidade, e o desenho de políticas nacionais e internacionais sobre biodiversidade. A resposta ao chamado de DIVERSITAS tem sido abrumador, refletindo o grande interesse que existe pelo tema a nível mundial.

    Um elemento fundamental da conferência é a integração, não só entre disciplinas biológicas e sociais, mas também entre os vários atores responsáveis de manejar a biodiversidade. Academia, corporações, governos e a sociedade civil interatuarão mediante a assistência às apresentações, discussões em mesas redondas, reuniões dos Comitês Nacionais de DIVERSITAS e as invariavelmente bem sucedidas conversações.

    No mundo existe uma grande ineqüidade entre a distribuição da biodiversidade (principalmente em países em desenvolvimento) e a disponibilidade de recursos técnicos e econômicos para estudá-la, maneja-la e conserva-la (principalmente em países desenvolvidos). Não existe una alternativa à comunicação e cooperação, e esse é o espírito da conferência.

Jon Paul Rodríguez1, Tatjana Good2, Rodolfo Dirzo3

1bioDESCUBRIMIENTO, DIVERSITAS, Centro de Ecologia, IVIC, Venezuela

2bioDESCUBRIMIENTO, DIVERSITAS, Centro Internacional de Ecologia Tropical, IVIC, Venezuela

3Comitê Científico, DIVERSITAS, UNAM, México e Stanford University, EE.UU.