Ciência, inovação e emprendimento: A próxima geração de negócios nas Américas

Uma casa em Nicaragua com eletricidade apartir de uma bicicleta. Aplicações para I-Phone inspiradas em antigos jogos mayas de mais de 2000 anos. Uma receita de uma avó do México convertida em um produto nutritivo presente nas prateleiras de Wal-Mart.

Estes são apenas três projetos de mais de 2000 equipes que têm participado desde 2006 na Competição de Talento e Innovação (TIC Américas, pelas suas siglas em inglês) do Fundo para os Negocios de Jovens das Américas (YABT, pelas siglas em inglês de Young Americas Business Trust). Eles demonstram que há motivos de sobra para estar esperançosos sobre a próxima geração de líderes científicos e comerciais.

Os jovens de hoje não somente são competitivos nas Américas; temos visto eles triunfarem em competições internacionais. Tanto os ganhadores como os não ganhadores são verdadeiramente impresionantes. Sua visão empresarial, assim como sua inovação científica e técnica, e sua qualidade, são de classe mundial. Um projeto do Brasil, ganhador em 2007 da TIC Américas, foi recentemente adquirido por uma companhia global de tecnologia. Outro do México foi suficientemente exitoso como para vender jogos eletrônicos na Ásia.

Estes jovens estão redefinindo os negócios em nosso hemisfério. São competidores exitosos e observamos que, ao mesmo tempo, têm um extraordinário nível de compromisso com a responsabilidade empresarial e os emprendimentos sociais. Vêm a responsabilidade social como parte do eixo de sua estratégia de negócios, não simplesmente como um /presente caritativo. Os emprendedores jovens, como aqueles que na Colômbia, estão ajudando gente cega a distinguir por primeira vez as cores. ja estão fazendo contribuições significativas na sua comunidade.

Nos 24 anos de trabalho com jovens líderes de negócios em 40 países, desde Brasil até Mongólia, temos podido observar seu potencial. Mas também temos aprendido que um enfoque mais sistemático com uma infraestructura nacional coerente, tal como existe na Ásia, leva à criação de negócios mais bem sucedidos e sustentáveis. Os enfoques tradicionais, ainda que excelentes em algumas áreas, ainda sofrem de falta de coerência.

Programas como os Laboratórios de Negócios do YABT estimulam o desenvolvimento de habilidades práticas e envolvem gente jovem através da ação, em lugar de “voz e giz”. Isto acende seu interesse e lhes proporciona uma introdução a organizar e levar a efeito um plano de negócios. No Panamá, o Ministerio de Educação está utilizando-os a fim de preparar, para o mundo real, cada estudante que egressa da escola secundária.

Ainda que seja comum pensar somente nas super empresas asiáticas fazendo possível encontrar soluções para alguns dos maiores desafios tecnológicos do mundo, não podemos ignorar o potencial que os jovens emprendedores da América Latina e o Caribe estão aportando ao desenvolvimento nacional e internacional.

Podemos, no entanto, aprender da experiencia asiática. Por exemplo, Taiwán, um país insular relativamente pequeno com recursos limitados e grandes desafios políticos, é uma das histórias de sucesso asiáticas mais interessante e relevante, mostrando os resultados de investimentos em ciência, investigação, tecnologia e emprendimentos. Uma infraestrutura nacional tem criado uma plataforma que faz de Taiwán um líder em engenharia e tecnologia.

Com frequência, nossos engenheiros se formam com limitado conhecimento como emprendedores. Imagine Cup, uma competição mundial de software organizada por Microsoft encontrou que mesmo que seus engenheiros são hábeis em programação, necessitam entender mais que programação. Por isto, solicitaram a YABT ajudar para construir o elemento empresarial em seu programa.

Esta associação crítica é reconhecida agora pelos Estados Membros da OEA. Em 2008 os Ministros e Altas Autoridades dos Estados Membros da OEA adotaram o Plano de Ação do México, que busca elevar os programas universitários de engenharia e ao mesmo tempo impulsar o emprendimento. YABT está trabalhando com o Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação da OEA a fim de incorporar os Laboratórios de Negócios de YABT nessa iniciativa.

Interciencia, como comunidade de líderes científicos das Américas, é essencial neste processo colaborativo de criação de científicos, assim como empreendedores com uma visão tanto de negócios como social.

Roy Thomasson

Young Americas Business Trust Organização dos Estados Americanos