Introdução:

Dados mundiais indicam que aproximadamente 45,4 milhões de crianças menores de cinco anos apresentavam excesso de peso. No Brasil, 18,61% das crianças com idade entre 7 até 10 anos apresentam obesidade. Dentre os fatores de risco que se relacionam ao estado nutricional de obesidade infantil podem ser citados as transições socioeconômicas, estilo de vida e hábitos alimentares que podem ser influenciados pelos responsáveis.

Objetivo:

Avaliar a concordância entre o estado nutricional de crianças e de seus responsáveis na região metropolitana de Vitória/ ES.

Metodologia:

Trata-se de uma análise realizada com dados da linha de base do estudo intitulado “Prevenção da Obesidade Infantil na Atenção Primária em Saúde: Um Ensaio Comunitário na Região Metropolitana e Vitória/ ES’’. Foram coletados dados antropométricos de crianças e seus pais/responsáveis nas regiões de Cariacica, Serra, Vila Velha e Vitória, no período de agosto a dezembro de 2021. Foi calculado o índice de Massa Corporal e, em seguida, as crianças e adultos foram classificados em três categorias: eutrofia, sobrepeso e obesidade. Os dados foram analisados estatisticamente no software Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão 23.0 (SPSS, Inc, Chicago). Foi utilizado o teste de Kappa para avaliar a concordância entre o estado nutricional.

Resultados:

A amostra foi composta por 455 crianças, com média de idade de 8,55 ± 1,13 anos, sendo 47,7% do sexo masculino (n=217) e 52,3% do sexo feminino (n=238), e seus respectivos responsáveis. As crianças e responsáveis apresentaram IMC médio de 20,5 ± 5,3 e 30,2 ± 6,79 kg/m2, respectivamente. Foi encontrado concordância entre o estado nutricional crianças/responsáveis de eutrofia (50,5%), e sobrepeso (21,7%). Cerca de 52,3 % das crianças com obesidade também tinham responsável com obesidade. Embora fraca a concordância do estado nutricional (k = 0,124), é estatisticamente significativa (p< 0,001).

Conclusão:

O estado nutricional de obesidade concordou em maior percentual entre crianças e responsáveis. Estes resultados demonstram a necessidade de planejamento de ações e programas de enfrentamento da obesidade no núcleo familiar por meio do Sistema Único de Saúde.