Resumo

CALERO ABADIA, Adolfo José. Drácula: de herói a tirano. Núcleo [online]. 2013, vol.25, n.30, pp.123-148. ISSN 0798-9784.

A personagem Drácula, de Bram Stoker, é provavelmente o último grande mito literário do Ocidente. Com frequência, o estudo dessa personagem se faz partindo das interpretações freudianas, que consideram o vampiro um sujeito com muitos desejos sexuais simbolizados através do sangue. Não obstante, uma análise mais exaustiva dessa personagem, e mantendo distância da modernidade já ultrapassada, demonstra que se trata de um sujeito que vai de um lugar de preeminência cultural até os âmbitos mais obscuros da existência humana. Nesse sentido, Drácula deixa de ser o herói de uma região que luta contra a invasão turca para se tornar, mediante o pacto diabólico da Schola Necromantis, um ser não morto, um ser prisioneiro do mundo dos vivos e dos domínios espectrais, instaurando uma tirania cujo objetivo é se estender em direção a um Ocidente que não acredita em sua existência. Assim, e através do plano literário de Stoker, Drácula abandona sua condição heroica inicial para assumir a tipologia mais universal do tirano.

Palavras-chave : Drácula; Bram Stoker; herói; tirano; modernidade.

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